Nossa História

O embrião da Pandora formou-se no Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos -, mais precisamente na equipe de informatização sindical. O Dieese, como se sabe, foi criado pelo movimento sindical em 1955 com o intuito de desenvolver pesquisas para fundamentar as reivindicações dos trabalhadores.


Em 1976, ao planejar a pesquisa de orçamentos familiares para atualizar a base para o cálculo do índice de custo de vida, o Dieese identificou que haveria um grande volume de dados. Além dessa pesquisa, foi acrescida uma investigação sobre emprego utilizando uma metodologia mais adequada à realidade de países em desenvolvimento. Desta maneira, a quantidade de dados cresceu ainda mais.


Nesta circunstância a utilização de processamento de dados informatizado era necessário. Surgiu então a proposta de formação de uma equipe de desenvolvimento de sistemas para o tratamento dos dados da pesquisa e, posteriormente, aproveitar a experiência desta equipe para o desenho e implementação de um projeto de informatização das Entidades Sindicais filiadas ao Departamento.


A ideia deste novo projeto, baseada na concepção de que cada Sindicato é um capilar de captação e sistematização de dados primários, permitiria ao Dieese sugerir a agregação de dados numa instância superior – uma vez que as centrais sindicais estavam fechadas e banidas da cena nacional por causa dos governos militares – possibilitando análises mais profundas e, inclusive, auxiliar a proposição de políticas públicas elaboradas sob a visão dos trabalhadores.


Esta linha de raciocínio estava respaldada na necessidade de confrontar e combater os dados oficiais, como o Dieese fez em 1977 ao denunciar a manipulação dos índices de 1973. Reforçou também o acerto do movimento sindical de investir e apoiar o surgimento desta instituição de assessoria que foi criada para contrapor os índices de custo de vida apresentados por ocasião das negociações salariais quando os números eram produzidos sob o domínio dos patrões.


Mais uma vez a história de tentativa de dominação por parte da elite se repete e, em 1978, com a retomada dos movimentos grevistas os principais Sindicatos sofrem intervenção fazendo o projeto ficar parado até 1985, quando os trabalhadores voltam a comandar as principais instituições. Neste intervalo de tempo, a execução da pesquisa acima referida foi realizada, coincidindo com o surgimento e desenvolvimento dos computadores pessoais.


Neste ano, com o conhecimento adquirido no processamento da pesquisa utilizando esta nova ferramenta (microcomputadores), definiu-se, com o respaldo dos dirigentes sindicais, um projeto para informatização dos Sindicatos utilizando os recursos da microinformática. O modelo original consistia em uma central de desenvolvimento, com a utilização de uma equipe de implantação dos sistemas que atuava diretamente nas entidades sindicais.


Neste sentido, para constituir esse volumoso banco de dados, o Dieese resolveu utilizar a Tecnologia da Informação (TI) – que na época era denominada de processamento de dados – para, com essa nova investida, criar e ampliar um banco de dados sobre o mundo do trabalho, sob a ótica do trabalhador. Nos debates iniciais do processo de informatização dos Sindicatos, restou evidente a necessidade de se desenvolver um trabalho anterior de organização administrativa.


A equipe de informatização começa um projeto com apoio de uma consultoria externa com experiência em administração e desenho de sistemas e, nesse contexto, é criado o primeiro sistema de apoio sindical: o Arpan.


Vale ressaltar o papel crucial do conhecimento da equipe de formação sindical que, desafiada a nos apoiar na preparação dos operadores do novo sistema que nunca haviam tido contato direto com um computador, desenvolveu um programa de capacitação que superou em muito nossa expectativa de sucesso.


Em 1990, o Dieese encerra os trabalhos da equipe de informatização sindical por considerar que o trabalho de desenvolvimento de sistemas para as entidades não representava uma atividade fim da instituição. Mas, pela importância da continuidade do processo de informatização dos sindicatos, disponibilizou o sistema Arpan e incentivou que os remanescentes da equipe continuassem o projeto.


Assim, nasce a Pandora!


A Pandora desenvolve seu projeto de tecnologia da informação (TI) voltada às entidades sindicais focando a organização como um todo. Da análise de suas necessidades de dados/informação, arquiteta soluções que possibilitam a cooperação dos envolvidos na sua obtenção, tratamento, consistência e análise. Neste sentido, o acúmulo de conhecimento – história, gestão do conhecimento – passa a fazer parte integrante do dia a dia de todos que trabalham e interagem com os sistemas (direção, gerência e operacional).

Procuramos também manter e potencializar os princípios que nortearam o surgimento deste projeto dentro do Dieese:


• Trabalhar para a democratização do acesso à TI pelas Entidades Sindicais.

• Colocar nosso conhecimento à disposição do desenvolvimento das melhores soluções – produto da interação com as entidades parceiras – principalmente por meio da interlocução com a Direção Sindical.

• Desenvolver uma engenharia financeira para que as pequenas entidades possam se beneficiar de todo acervo de conhecimento gerado nessa jornada de domínio da tecnologia da informação a serviço da construção de um mundo mais justo, melhor e mais igualitário.


Outro aspecto a salientar é nosso compromisso com a atualização técnica constante em três aspectos fundamentais num projeto dessa natureza: infra-estrutura, sistemas e organização – de forma equilibrada.


Sabemos que a parte visível do projeto recai, normalmente, sobre os aspectos de Cadastros e Arrecadação, mas é preciso um exercício permanente de lembrar que esses ingredientes são apenas parte do todo quando se pensa em uma entidade sindical em ação.


A definição de uma política de tecnologia da informação para uma entidade sindical tem que estar alicerçada nestes aspectos e dar ênfase nas pessoas que ajudam a entidade a se fortalecer cada vez mais, propiciando a seus colaboradores uma base forte de formação/capacitação para que a “máquina” do sindicato esteja a serviço das políticas expressas por ocasião da eleição que legitima sua gestão.

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